SINOPSE
Numa Cratera de Mercúrio – batizada,
de fato com o nome da pintora brasileira -
Tarsila do Amaral, agora um corpo-assentamento
do Modernismo, acorda de um sono sem tempo. Está
no cosmos, ao lado de Ci, a Mãe do Mato e único amor
de Macunaíma. E de uma jovem Yanomami de 12 anos, estuprada por garimpeiros até a morte, recentemente e jogada no Rio Uraricoera, em Roraima...o mesmo rio em que, "no fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma", no gigantesco silêncio de noite. Como ficção e realidade se misturaram desse jeito no Brasil?
Em meio a perguntas desassossegadas, sua única
certeza é a necessidade de criar uma nova imagem
- um condensado de energia inspiradora de futuros - antes que o gigante Piaimã (comedor de pedras
sagradas em Macunaíma), o eterno apetite de quem engole gente, respiros, amanhãs, tente devorá-la.
Um diálogo atriz-personagem, fatos de nossa
história cultural e obras modernistas na busca
do espanto: a possibilidade de abertura de
imagens inspiradas na utopia antropofágica
– libertária, sensual, decolonial &
delirante brasileira – capazes
de nutrir amanhãs.