Caio é um escritor frustrado com sua vida profissional e obcecado pela imagem da queda das torres gêmeas que é levado, por sua namorada, a um ritual de pajelança. Lá, entra em um transe e acorda numa aldeia indígena - num tempo passado - que teme a destruição iminente devido às notícias da proximidade dos conquistadores espanhóis.
Com a ajuda do Pajé da aldeia, Caio encontra Cinzinha, um menino doente que sempre cria histórias tristes. Numa narrativa em que passado e presente, realidade e ficção, transe e história, criador e criatura se interpenetram, personagens se identificam e ampliam sua compreensão sobre si mesmos a partir das suas criações, num jogo cheio de humor, em que a realidade se fragmenta e distorce, revelando as inúmeras possibilidades criativas que temos diante de nós a cada ato.
Os temas da peça, que une elementos dramáticos, líricos e épicos, são o tempo, a transformação, o processo criativo e seus desdobramentos. Uma cozinha, manejada por Joana - a namorada-musa de Caio, que transita com desenvoltura entre os dois mundos: a realidade e o transe - se converte na fornalha onde os elementos desordenados ganham novas configurações, ao mesmo tempo em que Caio empreende sua busca por novas metáforas.